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Uma das coisas que o Medium trouxe de volta foi uma valorização do texto nesse nosso mundo maravilhado pelo vídeo e sua facilidade de digestão. Não é de se admirar que o maior repositório de textão ™ do mundo, o facebook, faria uma ferramenta de publicação nos mesmos moldes. E como isso é bom!

Em comparação com aquela outra rede social que muitos consideram muito mais cool (eu me incluo nessa lista) o Facebook sempre foi o lugar para se escrever muito mais do que apenas 140 caracteres. Só que isso vinha lutando por seu espaço com a novidade do vídeo, que primeiro começou com o youtube e que rapidamente teve a versão interna do facebook surgindo para competir, com a rede social do Mark Zuckerberg dando muito mais destaque para vídeos publicados nativamente na sua plataforma do que os linkados externamente.

Video killed the blog star?

O vídeo, claro, tem lá suas vantagens tanto para quem consome, quanto para quem produz. Veja bem, escrever um texto exige muito mais do produtor de conteúdo que um vídeo. Para escrever bem precisa ter conhecimento do assunto, da língua, de redação. Precisa também de uma pesquisa de imagem, tempo para produzir ou manipular essa imagem, correndo ainda o risco de não ser lido por pessoas em celulares em trânsito por causa das pequenas telinhas de seus dispositivos. Já para produzir um vídeo é preciso apenas uma câmera, uma ideia na cabeça e um mínimo de edição. Claro que vídeos elaborados consomem tempo de pesquisa, tempo de ensaio, horas de edição com materiais extras. Mas com um mínimo esforço é possível jogar um vídeo qualquer no youtube. E o que mais temos hoje são novos canais na rede, das mais diversas qualidades, pros mais diversos gostos. E para quem consome, é muito mais fácil ouvir ou assistir um vídeo do que ler um texto. Já tentou ler no ônibus? Fazendo academia? Ou lavando a louça? Por aí dá pra ter uma ideia da facilidade de consumo de vídeos.

Só por isso muitos dizem que o vídeo é o formato do momento. Mas aí surgiu o Medium. E surge colocando os pés sobre a mesa de vidro dos vloggers (e também dos bloggers, mas isso é assunto para outro texto) dizendo com todas as letras que o texto profundo e com embasamento, pesquisa e tereréu é a bola da vez e que a ferramenta veio facilitar a produção, curadoria e distribuição de textos longos na internet, com um grande detalhe: sem a necessidade de ter um blog. O Medium oferece uma interface limpa, simples de usar, com diversos truques bacanas de diagramação com imagens grandes, área de margem para o texto ser valorizado, etc. Quem estava ficando para trás? O rei dos textos longos, a rede social mais acessada do Brasil (com o maior número de usuários): o Facebook.

Aí entra o Facebook Notes para aprimorar o textão ™

Facebook Notes, textão aprimorado - juliofrancaassessoria.com.br 01

Discretamente, como resposta, o Facebook revitalizou o Notes, seu complemento de anotações praticamente inútil que poucos conheciam e o transformou no seu Medium. Tudo bastante parecido, com uma única grande diferença: está na mão dos infinitos usuários do facebook, que praticamente não saem da rede para nada, vivem, produzem e consomem conteúdo dentro das páginas azuis e brancas e tem pouca ou nenhuma disposição de sair dali. E isso, pra alavancar uma ferramenta é mais do que suficiente.

Diferente das postagens comuns, aqui no Notes temos título, uma grande imagem como cabeçalho e a possibilidade de diagramar melhor o texto, com diferentes tamanhos estilos de texto, além de acrescentar mais imagens ao longo do texto.

Com tudo isso o Facebook ganha uma capacidade de criar blogs dentro dos perfis, uma nova ferramenta para produzir e compartilhar conteúdo na rede.

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Facebook Notes, textão aprimorado - juliofrancaassessoria.com.br 03

Porém, sempre existe um (ou alguns deles)

  • O nome em português Notas não é muito sugestivo, ou Notes em inglês. Ainda acho o Medium um melhor nome.
  • A apresentação no perfil ainda é muito discreta e não tem para fanpages, mas deve ser uma questão de tempo até chegar para empresas.
  • Não é acessível por quem não ou não está conectado ao Facebook. Pode parecer que não, mas tem muita gente ainda fora dele.
  • É mais uma maneira da rede prender os usuários dentro do seu espaço, dentro das suas páginas gerando audiência para os anunciantes do Facebook.

O que acha do Notes/Notas? Já está usando? Diga-me o que está achando dele.